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Foto do escritorBárbara Leão de Carvalho

#day132 – acalmar a mente

Vejo muita gente afogada em excesso de pensamentos, “de cabeça cheia”, desesperando por paz. Vejo muita gente que não entende o porque de “tanto azar” ou do não fluxo da sua vida.

Pois eu digo, que de cabeça cheia ninguém consegue ver o caminho. Se a minha mente estiver tão ocupada em remoer ou passado ou tão ansiosa a antecipar o futuro, eu vou facilmente tropeçar nas pequenas predras do caminho só porque não estava atenta. Não estava presente.

Acalmar a mente é fundamental para se poder ganhar discernimento e poder seguir passo a passo em paz. Levei 8anos até atingir um nível de meditação que me permite hoje não me deixar sucumbir a emoções (pensamentos com cargas energéticas revividos vezes em conta em loop). Tive que viajar para encontrar muitos mestres, fazer formações e ficar um mês num mosteiro budista no Nepal para me encontrar neste sentido. Mas quando olho para trás poderia ter chegado ao mesmo nível com apenas um exercício: sempre que me observo a remoer no passado ou em sofreguidão pelo futuro, paro tudo, trago a minha atenção para o que estou a fazer e não alimento mais o pensamento.

Faço isso 1, 2, 1000x até o pensamento deixar de ter força. Até ele não me controlar mais. Até deixar de me doer. Fiz isto tantas vezes, treinei-me tanto mudar de perspectiva que passo hoje muitas horas do dia sem pensamentos em loop. A vida flui muito mais e eu tenho uma noção muito mais clara do caminho que quero seguir. Isto pq quando a mente acalma, a poeira assenta e eu consigo ver melhor. Parar para olhar o mapa da vida ajuda-nos a mantermo-nos na direção certa. E traz tanta paz, que depois deste domínio, já não voltaremos a permitir que os pensamentos nos controlem.

Não vale a pena tentar perceber tudo o que se passa connosco. É total desperdício de tempo. É como fazer um exercício físico. Posso não conseguir fazer um pino a primeira, ficar a tentar perceber pq não consegui fazer esse pino. Tentar analisar cada músculo para perceber a falha. Mas na verdade, a única coisa que tenho que fazer é continuar a tentar até conseguir. Claro que podemos ler sobre como melhorar ou ouvir alguém que consiga fazer um pino exemplar. Mas é perder tempo de vida, tentar perceber a falha. O melhor, na minha opinião, é aceitar e seguir tentando.

Assim, nunca mais perdi vida de mim a tentar entender todas as minhas falhas (que são tantas que nunca seria feliz se o fizesse). Prefiro dedicar a minha vida ao que amo. Focar toda a minha atenção na construção do que acredito, em vez de olhar para traz e perceber que fiquei aquém de mim mesma. Prefiro reconhecer os passos que dei e celebrar como souber. Ficar feliz com onde cheguei. Porque a mente inquisidora nunca estará feliz com os nossos progressos. Cabe-nos a nós, treiná-la a ser mais humana, mais feliz. Porque na vida dá-se o que se tem, é experiencia-se o que se é. Por isso, que se acalme a mente e se dê espaço para o que se ama, e tudo à nossa volta se transformará no que acreditamos ser o melhor para nós. 🍀☀️

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