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Foto do escritorBárbara Leão de Carvalho

#day120 – podia ter ido embora mas fiquei. Porquê? Não sei.

Hoje tinha voo de volta para Portugal marcado e não fui. Fiquei. Quando me perguntam porque estou no Rio respondo “não sei”, “estou a descobrir o porquê”. Claro que tenho inúmeros argumentos lógicos profissionais para o justificar, mas a verdade é que lá no fundo não sei. Simplesmente decidi ficar “porque sim”, “porque me sinto chamada”, “porque quero viver o que vier por aqui”. “Mas porquê?” Perguntam-me… “Não sei”.

Viver num espaçoso “não sei” tem sido uma viagem inacreditável. Para mim que sou gestora, que deveria viver de estratégias e planos, dou por mim a viver da vida. Do que ela me dá. Desta magia constante que é abrir os olhos e dar por mim em mais uma manhã. Neste mundo. Neste encantamento que não consigo explicar. Tenho dias que não caibo em mim de gratidão por tudo o que recebo. Talvez por isso queira dar tanto ao mundo. Sinto-me em dívida. Quero retribuir. Quero concretizar.

Viver neste tipo de registo “não sei”, tem mais a ver com a forma como aprendemos a “deixar acontecer” do que qual dúvida ou insegurança. Na verdade, confiamos tanto em nós e na vida, que vamos com ela onde ela nos levar. É como seguir uma trilha. Sabemos mais ou menos onde ela nos poderá levar, mas temos que confiar no caminho, seguir os sinais e aproveitar as vistas e os passos firmes com entusiasmo.

É neste “não sei” que se cria espaço para que a magia aconteça, para que a novidade entre. Para que as coisas avancem. Acho-me arrogante cada vez que tento controlar seja o que for. A vida tem muito mais para nos dar se nos deixarmos ir. Pessoalmente, vivo num caos de segurança, vivo com espaço no meio de milhões de estímulos, vivo na paz que se aprende a gerar do tumúlto. Vivo o que é para ser para mim sem exigências nem preconceitos. Vivo na minha mistura básica de sabores que tem tanto de sofisticação como de simplicidade. Vivo numa almofada macia e doce que vou transportando por aí nas minhas andanças. Esse lugar interno que vai comigo para onde eu for. Esse lugar que se cria (ou se encontra) dentro que se torna a maior conquista pessoal.

Curioso que sei exatamente onde quero chegar mas não faço a menor ideia de como irei lá parar. Vou indo com o meu querido “não sei” no bolso, e permitindo que a vida me aconteça, me surpreenda, me leve.

Ohhh vida o quanto te amo. E não me perguntes porque te amo, porque na verdade, não sei… 💕

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