Bárbara Leão de Carvalho
15 de abr de 20171 min
Ás vezes não me explico. Não falo. Não comunico. Ás vezes só me fecho. Só me recolho. Só me tenho. Ás vezes não quero o mundo nem a voz.
Ás vezes o meu querer vai apenas para este pôr do sol. Para estes pássaros que gritam as suas almas. Mas estas almas que gritam as suas vozes. Ás vezes só quero ficar a escutar. O amor que está à minha volta. Sem interpretar. Sem reconhecer. Sem pensar.
Ás vezes a forma de o sol descer encanta-me. Deslumbra-me. Supera-me a imaginação. Ás vezes derreto-me. Encendeio-me. Rendo-me. A todos os “pôr-de-sol” que assisto. É este vazio que me alimenta e me saceia as dores. É neste estar desapegado que me encontro. É neste mundo que observo que me ganho. E é neste encontro com a beleza que me detenho. Não posso avançar perante tamanho espectáculo. E por isso paro. Observo. Perpetuo-me. E nunca me arrependo. (…) ❤