Ás vezes não me explico. Não falo. Não comunico. Ás vezes só me fecho. Só me recolho. Só me tenho. Ás vezes não quero o mundo nem a voz.
Ás vezes o meu querer vai apenas para este pôr do sol. Para estes pássaros que gritam as suas almas. Mas estas almas que gritam as suas vozes. Ás vezes só quero ficar a escutar. O amor que está à minha volta. Sem interpretar. Sem reconhecer. Sem pensar.
Ás vezes a forma de o sol descer encanta-me. Deslumbra-me. Supera-me a imaginação. Ás vezes derreto-me. Encendeio-me. Rendo-me. A todos os “pôr-de-sol” que assisto. É este vazio que me alimenta e me saceia as dores. É neste estar desapegado que me encontro. É neste mundo que observo que me ganho. E é neste encontro com a beleza que me detenho. Não posso avançar perante tamanho espectáculo. E por isso paro. Observo. Perpetuo-me. E nunca me arrependo. (…) ❤
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