Quando a simplicidade reina. Quando o pé no chão é mais importante que o salto alto. Quando o telefone fica em casa para que na praia se possa gozar a presença do mar. Quando se enche o coração da luz que se observa e se devolve um suspiro sincero. Quando a areia no corpo deixa marcas de quem se gosta. Quando o sal limpa tanto a alma que ela divaga por aí nos caminhos do mundo. Quando a emoção chega só por se estar ali. Sem nada a perder. Sem se perceber porquê e para onde se vai. E confiar tanto naquelas ondas, que se quer ficar só para se perceber o que aí vem. Liberdade é um caminho de despojamento total. Um amparo que vem quando já tudo se largou. Quando não há nada material mais importante que uma memória. Quando um abraço é tão completo que até respirar deixa de ser essencial. Ser-se livre, não é poder fazer tudo, mas sim construir-se a capacidade de se escolher o que se quer. Sem rodeios ou justificações para outros. Liberdade encontra-se dentro. Nos confins de quem se é. Pois não conheço ninguém que não tenha nascido livre. Mas conheço quem se tenha perdido nas prisões do mundo, nessas jaulas que se apresentam sedutoras, cheias de caprichos. Conheço quem se tenha perdido nas prisões do mundo, por ter acreditado um dia, que eram reais.
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