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Foto do escritorBárbara Leão de Carvalho

#day76 – acerca da liberdade

Há inúmeras definições de liberdade. Poderia descorrer horas acerca de definições mais ou menos “acertadas”. O que é certo é que liberdade, a meu ver, se traduz na capacidade gerada de se fazerem escolhas conscientes. Há inúmeras pessoas que nem se apercebem do nível de liberdade que possuem por terem tomado por garantido questões como acesso à educação, saúde e paz militar. A perspectiva de que podemos sair à rua sem preocupações de nos cair uma bomba em cima, ou de podermos disfrutar de uma floresta sem qualquer tipo de ameaça. Às vezes é preciso mudar de perspectiva para se perceber o que se tem.

Mais ainda, casais que se sentem “presos” em relações e que não percebem a sorte que têm por se terem encontrado. Que, por via da vida, nao percebem que nem sempre podemos escolher ter alguém que amamos ao nosso lado incondicionalmente pq isso não depende só de nós.

Ou pessoas que se sentem estranguladas em profissões que já representam nada para elas e se esquecem que mudar só está nas suas mãos. Às vezes pode levar o seu tempo. Mas não há nada que a persistência não mude.

Por isso, quando se fala de liberdade (ou falta dela) normalmente se fala com ignorância de causa. E se confunde sofreguidão com liberdade. O exemplo mais comum, são pessoas que viveram presas por tanto tempo que quando se libertam, puxam um lado tão egoista que seguem por aí simplesmente a fazer o que “apetece”. E está tudo certo. É preciso fazer isso tudo que ficou para lá das grades. A verdadeira liberdade só vem depois dessa fase, da fase em que fomos tão egoista que estamos satisfeitos em nos. Em que já nos sentimos tão livres que olhamos agora para as nossas escolhas não como os cortes que precisávamos de fazer antigamente, mas sim como as aproximações e convergências que queremos e desejamos para as nossas vidas.

O egoísmo fica satisfeito de si mesmo e é quando passamos a conseguir dar de nós. Ninguém que tenha ficado muito tempo preso se consegue dar de forma natural ao outro, às vezes, por mais que tente. É preciso estarmos conscientes disso. Que todos precisamos de espaço para podermos ser primeiro em nós, para estarmos tão cheios de amor próprio que consigamos dar-nos de forma genuína, sem que isso nos retire tempo de antena de quem somos.

Às vezes é como a relação com o dinheiro ou qq outro tipo de “posse” material ou emocional. É preciso ter-se muito para podermos seguir tranquilamente pela via da simplicidade. É preciso tirar teimas. É preciso sair por aí a experimentar versões de nós até nos encontrarmos a nós próprios nas esquinas da vida com um olá sincero de reconhecimento pessoal. Esse encontro à esquina às vezes vem de surpresa. Com muitos presentes no bolso e acima de tudo com um tom de celebração pelo que fomos, por onde passámos, onde estamos e para onde vamos. Agora sim, em total liberdade para se escolher os próximos passos.

Assim, a liberdade pode passar pela capacidade de se escolher conscientemente abrir um negócio próprio, criar uma familia, realizar um desejo. Estas escolhas vem assim de um sítio de total vontade de se criar o que se escolhe. É daí que vem tb a vontade genuína de se estar com a pessoa A, B ou C ou de implentanção de algum sonho de gaveta. Assim, tudo vem naturalmente pq não há esforço. Não há nenhuma obrigação pessoal ou social. Há sim, apenas uma escolha consciente de se ser o que se quer, onde e com quem.

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