Ruge lá fora o mar. Agreste. Há um silêncio que não consigo explicar. Por entre os uivos das ondas na rocha. Consigo eu. Por fim. Descansar.
Muito de mim se encontra quando perco o rumo e a direção. Gosto de não ter azimutes. Gosto dos caminhos esguios da solidão. Sou ermita de natureza. Gosto de viver a vida em paz.
E é quando o mar bate. Nas rochas. Que me lembro quem sou. Que me regressa a memória de que não precisamos de nada para sermos tudo. E que precisamos de voltar a aprender a apenas ser para que a nossa essência nunca saia de nós.
É por isso que mergulho nua. Despida dos meus próprios preconceitos. E então escuto a lua. O amor. E o sal. Só eles me sabem dizer. Onde posso eu permanecer. Sem que a vida me leve. A mal.
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