Às vezes encolho-me perante as bênçãos. Acho que não sou capaz de aceitar o que o mundo me dá. Às vezes estremecem-me as pernas. De tão descrente que me encontro, perante. O amor que a vida me dá.
Quando somos para o mundo esperamos pouco em troca. Achamos que ganhamos em sorrisos e abraços emocionados. Que no fundo a troca em beijos é justa. E que há muito mais a dar que a receber.
Mas quem dá precisa de receber para não se esgotar. Acho que é por isso que a vida inventou as surpresas. Os doces e os bom-bons. Para que sempre possa haver retorno no rio. Para que este possa para sempre, desaguar.
Mas, confesso, continuo a atrapalhar-me quando recebo. Fico sem jeito no meio de alguns abraços. Parecem mais fortes que os meios trejeitos, que fingem querer fugir, só para que insistam cmg, a ficar.
Às vezes ao receber atrapalho-me, e troco as voltas dos meus anseios. Porque no fundo também sou de mimos, mas sei que nem sempre os consigo. Aceitar.
Comments