Às vezes não quero aparecer para o mundo. Não quero sair do meu casulo. Do meu lugar seguro. Às vezes só preciso do meu próprio colo para repor as vontades e os desejos.
Às vezes só quero fazer nada. Ficar à deriva na minha respiração enquanto ela me mostrar mais um e outro movimento. Até me cansar de observar a beleza deste mundo e regressar, de novo, para a toca.
Às vezes só quero dormir um dia inteiro. Repousar os sonhos noutros sonhos. Deixar para trás o que "tem que ser" e deixar acontecer "o que for". Às vezes só quero nada. E mais nada a seguir. E nada de novo. Nem ninguém. Na maior parte das vezes a minha companhia basta-me. Já que de multidões se passam os meus dias.
É por isso que muitas vezes nada, é para mim, tudo. Aquele hiato que me faz Ser e existir como sou. Com o que me sai. Sem forçar. Sem esperar. Sem querer.
E fecho os olhos e o mar sussurra-me. Possa este dia, continuar a amar-me assim.
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