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#day305 – sou pé no chão

Sou pé no chão. Assumidamente selvagem. Os meus cabelos só são cheios de sal. Sou pela liberdade extrema. Pelo pôr-do-sol brilhante. Sou pelas horas intermináveis a admirar o mar. Sou pelas ondas. Pelos uivos da areia ao luar. Sou pelas brisas. Pelo calor no rosto e a pele dourada. Sou pelas manhãs insanas. Sou pelos caminhos, pedidos no nada. Sou pelas vozes que se cantam à desgarrada. Sou pelas luzes que encantam por tudo e por nada. Sou pelas vidas. Cheias de vida à descoberta. Sou pelas caravanas que seguem à deriva. Sou pelo espaço do imaginário dos livros. Sou pelas intelectuais filosofias de vida que nos levam para perto. Do mundo. Não sou pelas cordas sociais.

Quero o mundo e quero nada. Quero apenas poder seguir para onde a vida me leva. Porque no fundo só sou eu quando estou engrenada. No risco que é uma vida selvagem. Sem freios nem anseios. Apenas momentos inteiros de propósitos alheios. Porque que assim não for, e se eu não conseguir ser pé descalço, então viver para mim, não se cumpriu, e não me valeu de nada.

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