Já não me esmagas com a tua ausência. Já não me ressinto com a tua distância. Já não me desarma a tua incapacidade de mostrar amor. Já sei que não consegues mais. Que queres mas te atrapalhas. E depois ficas sem ação. Inerte. Sem mover uma palha. Como se o sentimento de culpa te paralisasse o que és cmg. Mas agora sei, que o problema não está em mim. Enquanto doi, a ferida é nossa. Depois de sarada deixa de existir. Deixa de doer. Extingue-se na sua própria superação. E quando ultrapassamos alguma dor, o sofrimento desfaz-se, liquidifica-se, abandona-se, perde o sentido. Porque sofrimento só existe quando não estamos presentes para a dor, e alimentamos o drama da vítima ou despejamos a culpa no outro. Mas, é no outro que nos olhamos ao espelho.
E, há um dia em que voltamos a nos olhar no reflexo e estamos curados. Porque a paz consola. E volto a olhar para ti e tudo em mim é compreensão. Sei que no fundo não fazes por mal, mas lembra-te que hoje até te posso compreender e amar melhor, mas posso também decidir, se quero ou não estar, com alguém assim.
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