Queridas Mulheres Reais. Obrigada por serem quem são. Obrigada por terem a coragem de passar por esta vida assentes na vossa verdade e sentido de justiça. Obrigada por caminharem a passos largos para um nível de liberdade cada vez mais profundo. Ninguém facilmente entenderá o que é viver sem amarras num mundo preso às exigências. Durante muitas gerações foram (enquanto mulheres) educadas a estar “bonitas” e “arrumadas”, a ser “prendadas” e “fadas do lar”, mesmo quando a única coisa que queriam era largar tudo e descobrir o mundo. Era rebolar na terra e mergulhar no mar. Ou simplesmente viver.
Hoje, felizmente, e pela bravura de inúmeras mulheres livres, as coisas estão diferentes e mais fáceis para todas. Mas, ainda não vos são tolerados a 100% os ciclos, as intuições e as sensibilidades. Muitas vezes o mundo espera que sejam “lineares”, “contidas”, “apromadas”. Tolerância zero há perante as oscilações, medos e fragilidades. E vocês, Mulheres Reais, nem sempre conseguem explicar que são um mundo de estações completas e que a vossa função é trazer o equilíbrio (às vezes pelos extremos) tal como a mãe Terra o faz. Não conseguem explicar o que vos vai na alma e que tem que sair cá para fora. Este vosso sexto sentido que vos faz gritar as verdades, mesmo quando não as conseguem explicar em total discernimento. E depois, ainda podem ganhar rótulos de “loucas”, “chatas” e “desiquilibradas”. Porque tem que passar pela incompreensão do mundo, para um dia mais tarde vos virem pedir perdão por não terem entendido logo, o porquê do vosso não.
Da mesma forma que também nem todos entenderão a felicidade que sentem por poderem navegar com prazer pelas vossas entranhas, e que para vós um dia de chuva, é só, um dia de chuva. Que passa, que vai e que vem. Como todas as estações. Que não tem peso nenhum nem a importância que outros lhe dão. Nem todos entenderão a função do desabafo e do choro na libertação do que o que não querem mais dentro. Como se esperassem que ser mulher é ser exemplar. Sem falhas, sem arestas e sem vida.
Felizes as mulheres reais. E mais felizes ainda as que encontram nas suas famílias, o porto de abrigo para a sua verdade. Nem todos estão preparados para isto.
Obrigada por mesmo quando forçadas a se tornarem mais masculinas nesta sociedade “empreendedora”, não perderam o rasto à vossa doçura de quem sabe que ser Mulher, é receber. É dar colo. É gerar vida carregando o mundo com paciência. Esta forma de se dar em se ser receptiva. E nem sempre é tomar a lide e seguir por aí de peito cheio. Às vezes, ser mulher é tão brilhantemente “apenas” ser e amar. Tranquilamente, todos à nossa volta. Benditas as mulheres independentes, mas mais importantes são as Mulheres Reais. Que aceitam o que são e devolvem a sua unicidade ao mundo com um nível de amor incondicional incalculável.
E eu, que vos compreendo a fundo, só posso reforçar o obrigada sincero por toda a humanidade que trazem no vosso regaço. Porque ser uma Mulher Real é difícil, e tão incrivelmente raro, que poucos, estarão a altura de privar diariamente com tal privilégio. Queira este mundo e o outro abraçar a vossa coragem. E eu aplaudirei a cada uma que vir a crescer na sua verdade, sem se encolher para caber na expectativa do outro. E sem se deixar cair em pequenos perfis aceitáveis da vida de uma figurante. Porque Mulheres Reais são grandes. Enormes. Protagonistas. E ocupam todo o espaço. Sim, são do tamanho do Amor que têm dentro. ❤️
Mais uma e outra vez: Obrigada.
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