Este é um reminder importante. Para quem, como eu, investiu demasiado tempo em lugares sem amor e sem respeito. Eu achava que quando esses lugares “se mostravam distantes”, que eu tinha que respeitar o espaço e esperar. E esperava. E definhava por dentro sem compreender o porquê de tanta espera. Mas era, o que esperavam de mim. E eu, passava pelos dias a contar as horas, até que a hora fosse minha. Para depois me regalar com uns 5min de verdadeira presença e depois, continuar a distância, mesmo ali “lado-a-lado”.
Nesses tempos eu não percebia que mais importante do que respeitar o espaço dos outros, é definir os nossos próprios limites e percebermos se queremos estar mais ou menos distantes. Se queremos mais ou menos presença. E se, queremos estar ou não naqueles lugares. Porque independentemente de quem tem razão, se há coisa que nos resta, é a nossa capacidade de decidir o que é melhor para nós. E com isso, sair dos lugares que não nos respeitam como merecemos, e caminharmos por vontade própria para onde somos amados e tidos como prioridade. A vida é assim. E às vezes é preciso arrancar do peito os lugares inóspitos de vida para que se abram caminhos para os lugares que nos procuram. Por isso, agora olho com desconfiança para quem me quer “de vez em quando” ou quando o meu coração não se sente em segurança. Aprendi finalmente a distinguir entre o amor e a dependência de lugares que se alimentam da nossa atenção, mas que pouco a valorizam. Isto para poder passar a habitar nos lugares onde me recarrego. Mesmo que esses lugares sejam “apenas” em mim. E o mais importante de tudo, é construir dentro lugares, vários, de amores profundos. Para que nos dias em que falta-qualquer-coisa, não cairmos nuns quaisquer braços desatentos e distantes, só pq precisávamos de colo. E seguir assim no calor de quem somos. Inteiros e maduros no queremos. Para que a vida nos proporcione uma espera doce pelo que já é nosso e não sabemos. E que está, mesmo ao virar da esquina. Desse universo inteiro e cheio de tudo. A que chamamos, amor.
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