Acreditem, ser-se consistentemente feliz, é mais difícil do que conseguir, por exemplo, uma conta bancária recheada. Exige um trabalho pessoal exímio de procura pelo essencial, de encontro com a simplicidade e abertura para a cumplicidade. São horas e horas de investimento em quem verdadeiramente somos e não em quem se quer que sejamos. São dias de procura interna para que fora se construa o que faz sentido. É uma prática diária incondicional de amor próprio, celebração da maravilha que já somos e paciência até sermos o que queremos ser. É a coragem em pessoa, que precisamos encontrar para dizer não às pressões sociais e dizer sim ao que se ama.
É muito difícil assumir-se o que se é. De tal forma que a maior parte do mundo vive na sua roda de hamster de gaiola, a tal velocidade que nem se apercebe que a porta da mesma está aberta, e tem saída directa, para a floresta dos sonhos de cada um.
A vida é efectivamente um paraíso se assim escolhermos passo a passo os nossos dias, e terminarmos cansados mas felizes depois de uma incansável trilha pelos caminhos internos. Dos locais obscuros passamos para os verdejantes, e com mais ou menos coragem vamos deixando as bandeiras do nosso coração pregadas nos locais por onde passámos porque tivemos coragem para tal. A vida é um privilégio. Reforço: a vida é um privilégio sem tamanho e sem precedente. Não consigo ser mais assertiva sem dizer: não somos hamsters das nossas mentes e nem dos nossos pares. Podemos efectivamente construir a vida que quisermos para nós. Ponto final.
Procurem os oásis internos. Eles saberão saciar a sede e encaminhar para o próximo. Apenas não se percam nos desertos de vida sem sentido e ganhem por favor coragem para caminhar até aos lugares onde querem ir. Não gosto de falar com tom impositivo, mas preocupam-me as vidas que se esvaiem de si para servir os outros. E os outros que se esvaem de si mesmos e abdicam da vida dos seus sonhos, só porque não tiveram a coragem de dar um murro na mesa e dizer: fui. E voltarei cheio de mim. 💕
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