Depois de ler aquele livro do método de arrumação da Marie Kondo, percebi que sou exímia em deixar ir o que não interessa, e escolher apenas o necessário. A carregar apenas o básico para poder percorrer o mundo de forma leve. A não acumular nada que não precise e a manter organizado o pouco que tenho.
Mas depois, algo mais aprendi…
Tinha muitas roupas velhas. Sim, algumas peças com mais de 10anos. Peças essas que guardam memórias de passados que nem sempre se quer recordar é a carga energética do que se viveu com elas. E eu que eu insistia em vestir o passado só para não ter que procurar novidades. Só para não perder tempo a experimentar-me. Não faz sentido nenhum. Quem me conhece sabe que não sou de shoppings, invisto muito pouco em coisas, mas invisto muito em projetos e experiências. Quem me conhece sabe que aprendi a brilhar não pelo que tenho vestido mas pelo que emano que me vem de dentro. Que a alegria de viver tem muito mais carisma do que qualquer peça de roupa selecionada. E que o brilho nos olhos é o que traz a verdadeira beleza. Mas…
Não preciso de ir ponto de não me renovar. De não procurar peças de roupa e acessórios que me definam melhor.
Descobri quase todas as minhas roupas tem um buraquinho. Adoro andar no mato e Portugal tem muitas silvas 😁 Que raio de forma de cuidar de mim e das minhas coisas? Que raio de mania em manter-me tão básica em vez de me manter como me amo. Porque não posso tb amar os poucos objectos que decida ter? Porque não posso manter apenas as roupas novas e brilhantes que eu verdadeiramente ame? Mesmo que sejam poucas?
Então fui peça a peça, e descartei mais de metade de tudo o que trouxe para o rio. (A vontade era deixar mesmo tudo para trás, mas… Quero chegar a Lisboa vestida 😝 Comprei uma ou outra peça que gostei muito (Ahh e 3 biquínis por só tinha 1 😂), mas tb não sinto vontade de ir a correr para o shopping. Vou amadurecer no vazio de quase não ter nada para vestir e calçar, e procurar com tempo, que roupas quero realmente ter e usar. Que objectos me farão mesmo feliz. E de que forma quero cuidar o que decidir manter.
Faltava-me largar esses trapos, para poder voltar encaixar em mim com naturalidade e sem ter que me empurrar por nenhum farrapo antigo. Sem ter que vestir o passado todos os dias. Sem ter memórias a acompanhar -me em vez dos sonhos. A vida é assim, o material como o emocional. O paralelo está à vista. E eu estou feliz por finalmente ter visto isso em mim.
Agora… Quem vai olhar para o seu armário depois de ler este post? 😉
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