Este pé no chão preenche-me. Este vai e vem do mar. Este lugar sem fim de opções. Onde a vida percorre o coco que se apanha no caminho e o peixe fresco que chega pela manhã. Este passo simples que segue por aí a mostrar-me que a vida pode ser tão mais feliz quanto mais simples for. Este lugar interno de que muito falo e tanto vivo. Esta benção constante da vida. Falo com certeza que basta alimentar o que se ama e aprender a dizer não ao que nos consome. Este discernimento entre amor e dependência. Entre vida e morte lenta. Esta aprendizagem que nos faz ganhar a vida que sempre sonhamos para nos. Costumo dizer que não é tão difícil assim. Basta separar o trigo do joio e levarmo-nos a nós mesmos a braços para o futuro desejado. Desejando ser mais mar do que beira.
E esta cadência lenta das ondas tira-me o fôlego. E na sua brisa de cores faz-me morrer de amores pelo mundo. Quem diria que iria encontrar no mundo tantos paraísos, tantas pessoas maravilhosas e tanto lugares especiais. Às vezes tenho a sensação que vivo apaixonada pela vida. Como se o amor fosse o único caminho a ser percorrido. E aí dou por mim à deriva, à solta no meu mundo para assim poder descobrir mais um paraíso, dentro de mim.