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Foto do escritorBárbara Leão de Carvalho

#day116 – lamento, mas a sua opinião não me interessa

Quantas vezes há coragem para encerrar uma conversa assim? Quantas vezes nos tentam convencer de verdades que não são nossas com argumentos pendurados na arrogância de quem não sabe respeitar a vontade de não querer saber.

Dantes, aceitava que opinassem e me fizessem questionar tudo em mim. Passava a vida em auto-análises e reduzindo as minhas opiniões pessoais a nada só porque as dos outros “poderiam fazer sentido”. Hoje não perco tempo a ouvir nada que verdadeiramente me não me interesse. E se houver interesse, normalmente até vem mais do formato do que do conteúdo. Se à minha frente estiver alguém tão apaixonado pelo que faz que isso transparece e me cria bem-estar, então vou estar curiosa para conhecer um ponto de vista novo independentemente de concordar com o mesmo ou não. Se por outro a minha frente está alguém tão “seguro” da sua opinião que a impinge indiscriminadamente a quem quer ou não quer ouvir, então não tenho interesse.

Hoje sei que cada um tem a sua verdade, e viver bem com ela é a maior benção que se pode construir. Nunca me debato em diálogos de “certo ou errado” para ver quem tem razão. Acho esse tipo de discussão profundamente ignorante. Mas interesso-me por debates onde as opiniões se vão construindo umas em cima das outras até se chegar a um entendimento maior do que a conquista de um qualquer ego à procura de uma glória momentânea.

Hoje em dia tenho tanto respeito pela verdade do outro que antes de emitir uma opinião pergunto se posso ou se interessa à pessoa. Pois quem me diz a mim que a minha opinião é a certa para aquele momento que a pessoa está a viver? Quantas vezes eu própria não precisei de cometer erros tremendos até perceber a minha verdade? Quantas vezes uma “opinião certa” me levou a ser quem não era só para seguir um conselho de alguém “com razão”?

Talvez por isso, esteja tão confortável a aceitar que a minha opinião possa não ser relevante para todos da mesma forma que passei a não admitir que opinem sobre o que não foram autorizados a. Se não aprendermos a estabelecer este tipo de limites, o nosso ambiente interno nunca estará limpo e sólido, pois sempre serão permitidas interferências, na maioria das vezes, sem sentido. É preciso gerar segurança interna acerca daquilo que já aprendemos e daquilo que encaixamos dentro como certo para nós. Pelo que hoje, me distancio imediatamente de quem não respeita o meu espaço e a escolha que tenho de querer incorporar determinada informação ou nao. E nisso encontro uma liberdade tão grande e um conforto interno tão significante que me leva a poder dizer com assertividade todas as vezes que forem necessárias: lamento, mas a sua opinião não me interessa. 😊

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