Quantas vezes há coragem para encerrar uma conversa assim? Quantas vezes nos tentam convencer de verdades que não são nossas com argumentos pendurados na arrogância de quem não sabe respeitar a vontade de não querer saber.
Dantes, aceitava que opinassem e me fizessem questionar tudo em mim. Passava a vida em auto-análises e reduzindo as minhas opiniões pessoais a nada só porque as dos outros “poderiam fazer sentido”. Hoje não perco tempo a ouvir nada que verdadeiramente me não me interesse. E se houver interesse, normalmente até vem mais do formato do que do conteúdo. Se à minha frente estiver alguém tão apaixonado pelo que faz que isso transparece e me cria bem-estar, então vou estar curiosa para conhecer um ponto de vista novo independentemente de concordar com o mesmo ou não. Se por outro a minha frente está alguém tão “seguro” da sua opinião que a impinge indiscriminadamente a quem quer ou não quer ouvir, então não tenho interesse.
Hoje sei que cada um tem a sua verdade, e viver bem com ela é a maior benção que se pode construir. Nunca me debato em diálogos de “certo ou errado” para ver quem tem razão. Acho esse tipo de discussão profundamente ignorante. Mas interesso-me por debates onde as opiniões se vão construindo umas em cima das outras até se chegar a um entendimento maior do que a conquista de um qualquer ego à procura de uma glória momentânea.
Hoje em dia tenho tanto respeito pela verdade do outro que antes de emitir uma opinião pergunto se posso ou se interessa à pessoa. Pois quem me diz a mim que a minha opinião é a certa para aquele momento que a pessoa está a viver? Quantas vezes eu própria não precisei de cometer erros tremendos até perceber a minha verdade? Quantas vezes uma “opinião certa” me levou a ser quem não era só para seguir um conselho de alguém “com razão”?
Talvez por isso, esteja tão confortável a aceitar que a minha opinião possa não ser relevante para todos da mesma forma que passei a não admitir que opinem sobre o que não foram autorizados a. Se não aprendermos a estabelecer este tipo de limites, o nosso ambiente interno nunca estará limpo e sólido, pois sempre serão permitidas interferências, na maioria das vezes, sem sentido. É preciso gerar segurança interna acerca daquilo que já aprendemos e daquilo que encaixamos dentro como certo para nós. Pelo que hoje, me distancio imediatamente de quem não respeita o meu espaço e a escolha que tenho de querer incorporar determinada informação ou nao. E nisso encontro uma liberdade tão grande e um conforto interno tão significante que me leva a poder dizer com assertividade todas as vezes que forem necessárias: lamento, mas a sua opinião não me interessa. 😊
Comments