Quem já não se desiludiu com pessoas? Quem já não teve um desgosto amoroso? Quem já não viveu com “agora não posso”, “gosto tanto de ti, mas…”, “estou aqui” mas na verdade estava longe, muito longe… A vida ensina que não podemos mudar o outro, contornar as coisas para serem como desejamos. Mas ensina-nos a escolher melhor. Ensina-nos a perceber que somos donos e senhores do poder de decidir quem queremos ter à nossa volta. Assim, ficam algumas linhas que me ajudaram a discernir entre quem realmente quero ou não na minha vida. Quem importa diz-nos:
1.Quero estar contigo.
Não que queira dizer que vai ficar 24h em nossa dependência, mas sim que está disponivel, que tem vontade. Que o trabalho é importante mas também pode esperar. Que há outras prioridades, mas que escolhe estar connosco quando desejamos ou precisamos. Quando entramos para o rank de prioridades e nos sentimos valorizadas(os) como merecemos. Há fases em que há picos de trabalho ou ocupações sérias onde é preciso ter paciência, mas se não houver atitude real para tentar compensar mais tarde, então algo está errado. Já não acredito em teorias que explicam o quanto devemos respeitar totalmente a liberdade do outro, pois, quando o outro, em liberdade total, não nos escolhe a nós, então não vale a pena. Ponto final.
2. Comigo estás seguro(a).
Quando estamos inseguros com alguém, pode não ser necessariamente um problema que temos para resolver. Na maior parte dos casos, principalmente para pessoas mais sensíveis, muito mais se lê na distância do olhar, na forma como espontaneamente não nos procuram ou na forma de estar ao lado mais solta e despreocupada. Há estilos e estilos, mas acredito hoje que quando duas, três ou um grupo de pessoas está mesmo junto e comprometido uns com os outros passam confiança. Não há dúvidas. E quando as há, há também espaço para comunicar e resolver. Não há “não sejas insegura(o)/chata(o)”. Há sim, “pergunta o que precisares”. “Estou aqui para ti”.
3. Estou aqui para ti.
E estar “aqui” pode nem representar presença física, mas requere sem dúvida presença emocional. Quantas pessoas são capazes de se fazerem muito presentes nas nossas vidas mesmo que por longas temporadas longe fisicamente. E quantas pessoas ocupam os nossos dias e estão, na verdade, tão longe que quase parece que estamos perante um holograma meio precário? Pois bem, “estar lá para outra pessoa” significa um tipo de entrega, uma qualidade tal de presença que não nos deixa qualquer dúvida acerca das suas intenções. É preciso alguma maturidade emocional para se estar neste lugar de presença com outro, mas conheço muitas e muitas pessoas que estão e em qualidade. São estas que devemos escolher e preservar nas nossas vidas com tudo o que somos.
Claro que somos todos espelhos uns dos outros, por isso, antes de tirar conclusões acerca do outro é preciso olhar para dentro e perceber se não estamos nós a cometer certos erros, ocultações ou a gerar confusões. Se não somos nós a gerar insegurança ou anseios do outro lado. Quem temos ao nosso lado sempre nos mostra uma parte de nós que não víamos antes ou então nos alerta para o facto de que temos que escolher melhor. Mas, acima de tudo, temos que perceber que não somos vítimas de nenhum acto de nenhuma pessoa. Somos autores da nossa história e temos que perceber que ou aprendemos a lição, ou aprendemos a escolher melhor. Simples. Por isso, agora, discernimento nas pessoas novas. Boas e saudáveis relações estão directamente relacionadas com boas e saudáveis escolhas 😉
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